Foi o número que o homem com blusa do flamengo, máscara do flamengo, e que segurava uma sacola de pão, me disse.
Eu esperava ser atendida sentada num dos bancos do corredor do posto de saúde do bairro da Penha. A porta da minha frente é de odontologia, onde tem um cartaz afixado “favor não entrar”, “favor bater apenas uma vez”. O homem bate uma vez e aparece uma mulher. Ele pede uma nova receita. Ela disse que pode conseguir. Enquanto ele esperava, sentou perto de mim, acho que percebeu meus óculos, aí disse “Você sabia que lá no CRE eles dão óculos de grau de graça?”. Respondi que não sabia e anotei o número no celular, ele quis conferir. Perguntei então estavam os óculos dele, se eles eram pra perto ou pra longe. Ele disse que essa não era a questão, queria me mostrar algo no celular mas a bateria havia arriado. Aí veio a rápida notícia de que a dentista acabara de entrar numa cirurgia que poderia durar 5 minutos ou 1 hora. Ele disse à moça que voltaria amanhã, ou semana que vem, não entendi direito. Observava tudo do meu lugar, sentada, olhando os rostos das pessoas num angulo levemente de baixo pra cima, como a maioria das pessoas sentadas observam. Antes de ir embora, ele me mostrou uma foto da uma mulher jovem, afixada no papel de parede do celular. Perguntei se era sua filha e ele disse que sim. Ela usava óculos. Olhei ele sair e se despedir da moça que o atendeu, também acenei em despedida, ele também.
Surrealismo. Acontece todo dia. Nos postinhos de saúde. A porta ao lado da odontologia é uma sala com entrada restrita, que diz num cartaz: isolamento covid-19.
Eu esperava ser atendida sentada num dos bancos do corredor do posto de saúde do bairro da Penha. A porta da minha frente é de odontologia, onde tem um cartaz afixado “favor não entrar”, “favor bater apenas uma vez”. O homem bate uma vez e aparece uma mulher. Ele pede uma nova receita. Ela disse que pode conseguir. Enquanto ele esperava, sentou perto de mim, acho que percebeu meus óculos, aí disse “Você sabia que lá no CRE eles dão óculos de grau de graça?”. Respondi que não sabia e anotei o número no celular, ele quis conferir. Perguntei então estavam os óculos dele, se eles eram pra perto ou pra longe. Ele disse que essa não era a questão, queria me mostrar algo no celular mas a bateria havia arriado. Aí veio a rápida notícia de que a dentista acabara de entrar numa cirurgia que poderia durar 5 minutos ou 1 hora. Ele disse à moça que voltaria amanhã, ou semana que vem, não entendi direito. Observava tudo do meu lugar, sentada, olhando os rostos das pessoas num angulo levemente de baixo pra cima, como a maioria das pessoas sentadas observam. Antes de ir embora, ele me mostrou uma foto da uma mulher jovem, afixada no papel de parede do celular. Perguntei se era sua filha e ele disse que sim. Ela usava óculos. Olhei ele sair e se despedir da moça que o atendeu, também acenei em despedida, ele também.
Surrealismo. Acontece todo dia. Nos postinhos de saúde. A porta ao lado da odontologia é uma sala com entrada restrita, que diz num cartaz: isolamento covid-19.
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