terça-feira, 29 de novembro de 2022

Ontem vimos:

Mal dos tropicos, apichatpong 
La ville des pirates, raoul ruiz 
Fata morgana, herzog
Latcho drom

De pirar a cabecinha. Inesquecibile.

Habito essa caverna, estou num de seus cantos, desenhando sobre a rocha úmida montanhas, árvores, borboletas. Ilumino as paredes com a tocha de fogo que está na minha mão. Mexo a tocha de um lado para o outro, vai…vem, vai…vem. Das sombras, riscos-bichos se movem, vai…vem, vai…vem, riscos-mulheres se mexem, vai…vem, vai…vem, até parirem, no silêncio, vai…vem, vai…vem, o movimento.

Escrever caderno faculdade:


Arquivo etnografico



O que une os povos amazônicos, do sul da America do sul e australianos 


Sonho como espaço de conhecimento

Universo onírico e imagético que aponta imagens vindas de uma outra esfera do tempo, que é uma esfera sincronica à esse tempo do presente, cotidiano, que nós vivemos


Australia = ancestrais totemicos, 

Totemismo = referencia a uma geração anterior, dos fundadores da humanidade desse povo, que sua não-humanos, muitas vezes acidentes geográficos, animais. Elementos que o olhar moderno convencionou chamar “natureza”.

Esses povos estabelecem relações de parentesco com esses outros seres (os filhos da pedra, da ema, da nuvem)


Descola, povos achá norte da Amazonia


4 tipos de ontologias

Concepção ocidental = naturalista

Concepção oriental = analista (ideogramas mandarim, kanji)


Animismo = povos amazônicos, ânimo em todos os elementos da natureza


Totemismo = australianos, descendência de um ancestral totêmico, que pode ser um elemento mineral, animal, vegetal


Barbara glowscevski


Evita separação animismo x totemismo, busca elementos em comum 


Pag 146;



Espaço-tempo virtual


O pensamento é que organiza os hiperlinks, pensamento reticular, em rede

 

Relação especular entre imagem mental e território


Pensamento em hipermídia


Aborígenes


Como o território, o mundo, é compreendido, entendido a partir da cosmologia



Ontologia e topologia



////



Interator 


///


Representabilidade x representatividade

Interditos


Irrepresentáveis

Bloco de notas - Forumdoc

 O fogo sagrado é o cinema dos guarani


É de cima do fogo Onde se passam as imagens, as visões, comunicaçoes onde se encontrar, as memórias da pessoa que está sendo curada


Anciao txeramoi



Eu não sou uma pessoa, eu sou um ambiente (tantão)


Abrimos um portal muito perigoso, maravilhoso e letal

METAS 2023


economizar dinheiro

aulas de inglês pra refinar a língua

desembolar o intercâmbio França


planejar viagem para a Spiral Jetty. kk

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Somente em 2037 poderão ser publicadas as transcrições integrais e não-editadas das incansáveis gravações de Andy Warhol.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Para os protagonistas da película, o ‘eu’ do realizador se transforma durante as gravações. Deixa de falar e só grita ordens incompreensíveis (‘Ação!’, ‘Corta!’). Só os vê através de um estranho apêndice, e os escuta através de um microfone. Mas paradoxalmente, graças a este equipamento e a este novo comportamento (que não tem nada que ver com o comportamento da mesma pessoa quando não está filmando), o realizador pode entrar no ritual, integrar-se nele e segui-lo passo a passo. É um estranho tipo de coreografia que, se sai bem, faz que a câmera e o técnico de som deixem de ser invisíveis e participem do acontecimento.

Jean Rouch

Voltando à terminologia de Vertov, quando faço um filme, cine-vejo porque conheço os limites da lente e a câmera; também cine-escuto porque sou consciente dos limites do microfone e do gravador; me cine-movo para encontrar o ângulo correto ou realizar o melhor movimento; cine-edito ao longo da filmagem, pensando como as imagens estão encaixando. Em uma palavra, eu cine-penso.

Jean Rouch

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

"The darkest place is under the lamp..."


p. 46 de "As Existências Mínimas", David Lapoujade 

sábado, 27 de agosto de 2022

Can't stop thinking about the day when I, as a child, finally realized that I existed. I was at the laundry, staring the clothesline and right behind it there was a side view of the forest landscape out there. The clothes hanging up there, side by side, within the green leaves, a little far away, trough the window.

Fui diversas vezes à lavanderia sozinha. Acho que isso tudo porque uma vez, ao acaso, vi a água da máquina de lavar formar um turbilhão, um tornado, no tanque. 

Água suja, esbranquiçada pelo sabão. 

Eu tentava por o dedo indicador bem no meio do redemoinho. Na minha cabeça, numa competição imaginária, ganhava quem conseguisse ficar o máximo de tempo com o dedo ali sem deixar molhar. Virou tipo um vício. E, numa dessas vezes, percebi que eu existia.


Hoje saindo do banho percebi que eu existia. Na verdade eu tenho lembrado disso em muitos momentos nos últimos tempos -- sempre foi algo de uma ou duas vezes por ano -- e,  toda vez, toda mesmíssima vez, vejo nossa antiga máquina de lavar, o turbilhão de água cinza no tanque, o varal de teto e, logo atrás dele, a janela, a montanha e as árvores, como um quadro.





 I want my sister back

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

 Esses dias, uma quinta-feira, nadei com as tartarugas. Hoje, uma pequena borboleta preta e branca pousou em minha bolsa. Quero pra sempre viver com os animais, e tenho pensado cada vez mais nesse vínculo não verbal.

 I am so so sad

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Esse texto é de Olívia, mas eu quero salvar aqui.

-----

diário estúpido para os 22

no vídeo leio: Oi, Gabriel. Tudo bem? A escrita automática do email me sugere para completar assim. Mas o que eu ia escrever era: tudo o que pensei enquanto assistia esse vídeo.

Meu aniversário está chegando. Não sei se aprendi alguma coisa vivendo. Me sinto deprimida, ansiosa, sobrecarregada e muito covarde. Esse ano escrevi repetidamente em meus cadernos: manual da vida manual da vida manual da vida manual da vida manual da vida manual da vida. Quero sair correndo. Tenho escrito também mamãe papai mamãe papai. palavras fantasia para não topar com a dúvida. covarde, não? não precisaria explicar. a isa mesmo disse que os poemas não precisam de explicação. mas eu faço diários. é minha atividade favorita. e quero explicações pra tudo. manual da vida manual da vida. não sei organizar a vida no tempo. decidi falar com mamãe. ela me disse: faz o mais importante e o resto se der deu.

ela me disse: dá pra chegar do mesmo jeito, só que mais devagar.


mas estamos impacientes porque o mundo é terrível.

tirando os momentinhos.

chegar aonde mamãe? se eu soubesse já estaria mais fácil. topar com a dúvida como quem topa com o mindinho na quina do móvel.

e eu escrevia: quero aprender com a vida. que bom errar.

e talvez seja mentira. talvez. talvez. talvez.

hi, how are you? penso: o que eu sinto é muito estranho e infantil. eles não vão entender.

I am a baby in my universe i´ll live forever

i am a baby in my universe i´ll live forever

uuuu im only 22

i´ll live forever

uuuu im only 22

i´ll live forever.


você nasceu em leão mas os seus amigos estão de férias e não virão.

Você nasceu com o planeta sol mas não é como as estrelas, at all.

Quem sabe como vaga lume on an off

vagalume já está muito bom. sabe, olho pedra e vejo pedra mesmo. mas nossa. Pedra! Pedra! Pedra!

Pedra também já está muito bom.


Mas os seus amigos também vieram só pra ficar com você. mas os seus amigos adiaram a passagem. Mas os seus amigos voltaram mais cedo. Só pra cantar no karaokê. Vaga lume vaga lume vaga lume.

E isso aqui não é pra deixar ninguém preocupado nem nada. É só pra dizer: viver não é estupendo. Mas eu vou, mesmo que doendo.


-----


artista do corpo e das palavras

Poema do Beco


Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? 

- O que vejo é o beco.


Manuel Bandeira

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Pro dia da minha partida

“Nesta tarde todos devem tomar pajuaru, bebida da minha vida, e assim, elevar suas almas para que estejamos uníssonos.
Quando este corpo estiver lá, solenemente repousado, quando minha cabeça enfim estiver quieta, quero que ele seja coberto com um fino tecido degradável. Por cima desse pano, quero muitas folhas secas, colhidas de grandes árvores nativas. No dia da minha partida, não quero que empenhem toda a dor do mundo no desejo de meu retorno. É chegada a minha hora, que já era esperada desde sempre. Quero que seus corações, agora frios, sintam o ardor das chamas da vida, que aqueçam tanto até despertar seus olhos para toda beleza que ainda existe. Quero que esta dor de morte se transforme, amiúde, em fonte de vida, que seja como numa nascente, ou como as águas das primeiras chuvas no chão esturricado, que vem lentamente encharcando, movimentando os grãos de areia e, quando ensopam, despertam as sementes do sono pretérito para deixarem de assim ser para serem vidas e sair à procura do sol.
Neste momento, minha alma deve estar vendo tudo de cima, assim como sempre sonhei, absolutamente livre sem precisar de proteção, base ou qualquer ligação material. Em baixo, apenas o vazio frio e confortante do infinito. Decerto estarei feliz.
Acompanherei os pássaros, algumas vezes em suas cruzadas. Farei parte da seta que muitas vezes observei por baixo, onde, todos, uma hora, devem assumir a dianteira e ir em frente rompendo o ar. Como uma criança por brinquedo, uma formiga por doce, uma mariposa por luz, estarei sempre seguindo o objeto de meu desejo, que imagino ser insaciável e nunca perca o sabor, ou uma luz que nunca se apagará. Quero estar assim, saudosamente vendo todos voces. Peço, minha gente, um pouco mais de força. Peço mais este favor. Quero que as mulheres da minha família, minhas eternas mulheres, saim nos campos do lavrado a colher flores. Peço que acompanhem estas mulheres, todas as outras que acharem em mim ao menos uma ponta de dignidade, as que estiverem comigo e que consideram esta alma antes cativa. Quero que saiam bem cedo, peguem suas cestas e encham de flores variadas. Que sejam colhidas, ainda orvalhadas, flores virgens, as mais belas e perfumadas. Quero que vejam as belezas do nosso lavrado, que pisem a terra, que deixem seus rastros registrados nestes campos varridos pelo vento. Estes que nunca se apagarão da memória dos que os conhecem. Injustiçados, erroneamente interpretados como terras ruins, que seu capim de nada serve, que ali nada sobrevive. Preguiçoso, como dizem do nativo que nada mais almeja que a comida e a rede. Quero que os homens, meus irmãos, meu pai e os amigos, por quem por menos faria sem medidas, saiam em busca de tronco de mixiri. Quero que tragam a lenha para uma noite inteira de fogueira. O fogo deve estar brilhante. Nesse dia, deve estar ventando e subirão ao céu as faíscas da grande fogueira. Peço que assistam comigo a mais este por do sol e, quando ele descer, vejam as primeiras estrelas brilharem excitadas, as nuvens dispersas amanteigadas. Quero deitar no laranja, na iminencia eterna do recomeço de um novo dia ou de uma nova noite. Quero deitar, nesta hora, no rubor do lusco fusco. Quero que os pássaros ainda me vejam quando estiverem voltando para as suas moradas. Então, me deixem ir. Ponham-me a manta-mãe sobre meu corpo e me entreguem para que eu possa estar novamente entre vós de outras formas. Daqui, partirei logo para estar em outros cantos deste mundo. Vou me dividir, desintegrar em partículas atomicas que um dia ainda se encontrarão e farão parte novamente como sempre será. Parte de mim vai para o mar e, enfim, vou mergulhar com os cardumes, acompanhá-los em suas rotas, percorrer seu território. Posso ir a topo da Terra e congelar num sono hibernal, esperando novamente sentir o calor do sol. Estarei, agora, iniciando mais uma cruzada por este velho mundo. Minha alma já não terá paradeiro neste universo infinito e poderá estar reciclada em outro corpo. Peço que joguem a terra devagar para não destruir as flores, que agora me acompanham nesta ida. Quero ver minha família num só corpo, num só desejo, sonhando o mesmo sonho. Quero que lembrem de mim em meus melhores dias, de quando viram o meu raríssimo e sincero sorriso, de quando sentiram de perto o afago do meu coração, que sempre acreditei existir. Sou novamente uma criança, de fato, sempre fui uma delas e sempre serei. Quero que meu corpo alimente os filhos desta grande árvore que já passo a fazer parte, por enquanto. A fogueira deve estar quente e seus corpos, cansados, serão iluminados. Quero que olhem para as laboredas e acompanhem as faíscas até se confundirem com as estrelas do céu. De lá, vejo a fogueira, uma bola de luz no meio da escuridão, e no céu, acendo a minha estrela para nunca mais se apagar.”

Tardes de Agosto, Manhãs de Setembro, Noites de Outubro, Abril 2013, (Jaider Esbell)

 http://selvagemciclo.com.br/wp-content/uploads/2022/03/CADERNO36_KALI.pdf 

robert smithson

spiral jetty:


theory in the mud

terça-feira, 19 de julho de 2022

segunda-feira, 27 de junho de 2022

"As pinturas mais antigas descobertas nas cavernas demonstram que o homem primitivo compreendia melhor o fato de que o objeto do medo deveria ser materializado. Toda a história da magia erótica é uma história de possessão do medo através de sua apreensão. Se a indagação visual limite voltou-se para Deus, isto resulta daquela sabedoria humana mais profunda: não pode haver um amor definitivo onde há medo"

-- Metáforas da visão, Stan Brakhage.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

terça-feira, 31 de maio de 2022

Existe uma hora que tudo fica difícil na minha cabeça. Não sei ser de outra forma. O peso recai sobre os olhos, o coração aperta, dá vontade de chorar. Não queria ser assim. Fudidinha.

Há o que me torna frágil.

 Preciso viver na cidade em que escolhi morar. 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

para toda casa que eu me mudo, a primeira noite de sono é sempre invadida por uma preocupação, na verdade uma imagem, que ronda meus sonhos: vejo o ladrão, sempre encapuzado de preto, como esses de desenho animado, pulando o muro da casa ou propriedade e forçando a entrada pela minha janela. acordo. fico imóvel, gelada na cama, sensível a todos os ruídos por alguns minutos. depois passa. 

tudo ok.

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Acordei com tanto medo, perturbada pelo meu próprio sonho. Essa noite tive o pior pesadelo da minha vida: um espelho perseguia a humanidade. Desespero.

domingo, 15 de maio de 2022

Alain Bergala





 

 pelo fim da mediocridade na arte

promessas, promessas e mais promessas

Me pergunto se realmente desejo ir pra França. Eu quero, mas quando? Desisto de decidir, de me programar. Tudo que programei foi desviado pela vida, ainda bem. Saudade que também me move. Seria legal ir, falar a língua, me afundar cada vez mais no cinema. Seria muito bom. Cinématheque, bolsas na Sorbonne, cahiers. Je ne sais pas. 

Isso significaria renunciar o trabalho que conquistei aqui. Sim, considero uma conquista. Ganhar dinheiro respondendo email e reescrevendo argumento de filme. No Brasil. Impensável. 

E tem a pesquisa que quero fazer. Quem sabe já não começo ano que vem? Cinema do Espírito Santo...projeto na ponta da língua. Ai Ai.

Mas o intercâmbio seria algo para 2024. Penso em deixar para a pós. Mas a pós, o pós, pós o que? Nem sei se entro nisso. Me formar não é mais uma questão urgente. 

toc toc

Quem entra nesse blog?

Favor comentar

Me parece impossível separar esse projeto, o cineclube, da minha própria vida. Voltei para a minha cidade como se tivesse quebrado uma perna. Depois de um bom tempo engessado, aquele osso nunca volta exatamente pro mesmo lugar. Ainda bem. Gosto de pensar que colei, ou estou colando, os vários caquinhos de coisas que em algum momento se quebraram e que por descuido, na hora da limpeza, deixei debaixo do tapete. Cacos e ossos formam a escultura do que ainda está por vir.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

 (mto loko, to praticamente reescrevendo o argumento de um filme da maya, a pedido dela...provavel q eu entre nos créditos da coisa. lokura)

terça-feira, 19 de abril de 2022

Lembrar disso:

"Quando lidamos com arte, às vezes é importante confrontar o estranho, não só lidar com o familiar. As coisas novas e substantivas podem surgir na prospecção disciplinada de uma pesquisa, mas se aventurar no não conhecido na crítica é de onde podem sair as coisas mais interessantes do ponto de vista da intervenção, menos viciadas e sem medo de errar" 

"Hoje vivemos a oposição entre a gestão e a imaginação intelectual. A crítica está do lado da imaginação"

(entrevista de Francis Vogner dos Reis, por Euller Félix)

Nesse texto que agora nasce, sobre o Cineclube, ou melhor, nesse texto que já está dentro de mim mas que agora tem deadline pra parir: não ter medo de errar.


rinite

 


domingo, 10 de abril de 2022

O educador Paulo Freire, analisando a importância do ato de ler, diz que a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra escrita: “O ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo”Os textos, as palavras e as letras de suas primeiras leituras se “encarnavam no canto dos pássaros; na dança das copas das árvores sopradas por fortes ventania que anunciavam tempestades [...]; nas águas da chuva brincando de geografia:inventando lagos, ilhas, rios e riachos [...]”

"Quando vejo uma cachoeira não vou de cara em cima dela, senão ela começa a cair diferente. Me escondo atrás de uma bananeira ou de qualquer outra coisa para poder pegá-la de jeito. Aí ela não sabe que estou filmando. A natureza tem dessas coisas. Natureza a gente não deve filmar quando quer, mas na hora que ela escolhe”
Humberto Mauro

Perguntaram meu nome e Murilo Jones, para fazer graça, disse que era "Marina". 

Ele não sabia que esse é o nome da minha dor, contorno do meu choro, pedaço de coração irreconciliável, my older sister.

 "A verdadeira condição do homem é pensar com suas mãos". Godard.

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Antes de partir, me sentia

"com o oceano inteiro para nadar"

Agora não mais.

Sinto tanto medo...

domingo, 3 de abril de 2022

Ao Redor do Brasil, Major Thomaz Reis (1932)




 

toda vez que volto para casa eu sinto uma vontade grande de chorar

a questão é que "casa" não existe, veja:

desde 2018 sou cigana

:(

 estou me sentindo muito burra e incapaz de qualquer coisa


uma cama, uma tv, uma escrivaninha e uma varanda em que dê pra ver o cristo

edit (28/08/2022): esse sonho não é meu.

hoje, caminhando até as barcas, passando por prédios antigos-pedras-maciças gigantes, olhando os becos laterais da avenida, eu com meu casaco amarelo, cabelo preso esvoaçando ao vento, óculos e um par de tênis,

me senti uma mulher livre

quinta-feira, 10 de março de 2022

receita

Tava me achando muito feia esses dias. Muito feia mesmo. 

Mas aí, num passe de mágica, usei um shampoo Darling baratex no banho e botei uma camisola de viúva da minha avó. No fim me achei gatinha na reunião do Festival do Minuto. Tô ok.





quarta-feira, 9 de março de 2022

 o futuro poderia ter sido melhor pra nós dois, Raphael

the image of

The image of
Seu pulso
o relógio preto
Sobre meu pulso
Dentro de um abraço
a jaqueta jeans
mãos morenas, punho negro
E a tatuagem do corvo
Não
Anú
Debaixo dos seus pelos
A janela do carro, o horizonte escuro
Farol
Dentro da noite
Eu não esqueço nunca
como é estar dentro do seu carro
Apesar de nunca lembrar direito como ele é por fora
E suspeitar 
toda vez que passa um carro prata na minha rua
Que possa ser você
Seu relógio
e o anú no seu
Braço
Sobre o meu.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Com 15 anos de idade, eu caí de bicicleta numa rua à noite sozinha de uma forma tal que meu nariz jorrou sangue monstruosamente pelo meu rosto e blusa.

Durante aquele ano todo eu fiquei pensando sobre esse acidente. Encontrei há 2 dias isso escrito na última página de Onde Andará Dulce Veiga? do Caio Fernando Abreu, escritor pelo qual eu era alucinada na época:



sexta-feira, 4 de março de 2022

 

"A tinta, a gota de trevas com a qual o pensamento escreve, é o próprio pensamento” (AGAMBEN 2015: 12)

quinta-feira, 3 de março de 2022

Annie Erneaux começa seu livro descrevendo o dia em que passou na prova para ser professora do ensino médio, e isso rapidamente abre caminho para a morte do seu pai.

Escrever sobre mim. Deveria fazer isso mais seriamente. Talvez daqui a uns 20 anos vire uma história boa. Agora parece que não.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Dirigia uma van pela estrada que leva até Itacoatiara. Deu problema, a embreagem não funcionava e eu bati em 2 carros tentando dar ré na ladeira. Teve o estranho parto de Girassol. Que de repente era humana, e sangrava.

Mas eis que enfim, talvez na casa em que eu tinha que buscar algo para a Fabíola, Marina aparece. Nós conversamos. Eu digo que eu sabia que era um sonho, olhava pros lados, porque só ali eu podia vê-la, conversar com ela. Ela riu, disse que não sabia o que era sonho ou realidade, podia ser uma coisa ou outra, pra ela era tudo igual. Mas eu disse com afinco “não, é um sonho mesmo…e eu prefiro ficar aqui, porque aqui você não morreu”. Ela respondeu sabendo que não dizia se tinha morrido ou não. Sempre com um sorriso no rosto, se despediu, disse que precisava ir ganhar dinheiro. Aparentemente no céu se compra milagres como poçõezinhas mágicas.

sábado, 29 de janeiro de 2022

samba na caixinha de fósforos


 

Dirigia uma van pela estrada que leva até Itacoatiara. Deu problema, a embreagem não funcionava e eu bati em 2 carros tentando dar ré na ladeira. Teve o estranho parto de Girassol. Que de repente era humana, e sangrava.

Mas eis que enfim, talvez na casa em que eu tinha que buscar algo para a Fabíola, Marina aparece. Nós conversamos. Eu digo que eu sabia que era um sonho, olhava pros lados, porque só ali eu podia vê-la, conversar com ela. Ela riu, disse que não sabia o que era sonho ou realidade, podia ser uma coisa ou outra, pra ela era tudo igual. Mas eu disse com afinco “não, é um sonho mesmo…e eu prefiro ficar aqui, porque aqui você não morreu”. Ela respondeu dizendo que não sabia se tinha morrido ou não. Sempre com um sorriso no rosto, se despediu, disse que precisava ir ganhar dinheiro. Aparentemente no céu se compra milagres como poçõezinhas mágicas.

domingo, 23 de janeiro de 2022

a Igreja é a do Carmo, não do Rosário.  

Depois daquele sonho com Renan e com a casa, eu não saí mais com o pessoal. Acho que obedeci. Mas eu não quero.

Quero atenção, amigos, conversa. Hoje discuti com a minha mãe. Ter duas irmãs de novo em casa seria bom, ou morar de novo com Olívia.

do que você quer fugir?

deste quarto?

desta casa?

dessa cidade?


ou?

dar voltas e voltas de bicicleta só pra adiar a volta

e

por outro lado foi bom parar de beber,

a ressaca estava insuportável e implicava em 1 dia de invalidez

a solidão deixa o trabalho fluir

e o livros chegarem até os olhos

li hoje james baldwin providencialmente na praia

e não encontrei ninguém


me canso dessa vida sola que sempre tive

penso nela e não gosto dela

mas as pessoas que encontrei como um bando

não me preenchem

e acho que essa não seja mesmo

a função delas

por quê eu sonhei com essa casa?


 

 geração criadora, e não criativa

sábado, 22 de janeiro de 2022

Renan,

Você apareceu no meu sonho. Olhávamos pra uma fotografia. Era uma parte de uma casa amarela, o corrimão de uma escadaria. Você dizia que era sua casa e eu consegui adivinhar onde era: na rua de trás da Igreja do Rosário, uma casarão amarelo antigo que hoje acho que é um capes ou uma casa de idosos. De repente, estamos lá. Acho que tem um cachorro correndo no pátio. Não o vejo claramente, mas gosto de olhar ao redor, para a grama, para o cimento, para o espaço, o poste de luz antigo e a escadaria. A casa tinha bordas brancas. De lá, não sei como, talvez saindo dessa foto, você já tava dirigindo um caminhão, tipo desses escolares, meio quadrados. Eu entrava e era uma sala branca, sala de aula de escola, Monteiro talvez. Paredes brancas, carteiras, piso branco, apagador de quadro azul. Os meninos estavam lá, Thomás falava, mas eu não conversava com eles. Eles brincavam, olhavam pra alguma revista ou livro. Virava pra você, o painel do caminhão dando pra alguma paisagem à noite. Era a cidade, Centro, Rua Pedro Palácios, em frente à garagem do prédio da minha avó. E enfim, com aquela bagunça toda, você dizia que era melhor eu não ir, e sim ficar. Não lembro se obedeci.

sábado, 8 de janeiro de 2022

 Em uma chamada de vídeo, não mais Olinda, agora ouço o sino de uma igreja do Porto.

Sonhei com Eduardo Coutinho. Ele dirigia um filme. Mas era meu filme, só que com personagens diferentes, do sexo masculino.


Pracinha central de Santa Teresa. Captação de som. Eu assustava as crianças pra poder pegar o som de gritinhos. Fepas captava. Tinha toda uma equipe. Minha mãe assistia no videoassist e à primeira vista não entendia que era só para o som. Eu explicava.


Mas era a história de um jovem que consegue ou analisar ou assistir um momento traumático da vida. Em pé no hospital, se vê adolescente ao lado desse familiar doente, morrendo.


Roteiro e sonhos. Li isso ontem a noite e ficou na minha cabeça.

Criaria uma cena idêntica ao meu sonho. Em que eu acordo no meu quarto e me vejo em diferentes fases da vida. No espelho, atrás de mim…uma com cabelo molhado e roupa de praia. Uma com roupa de aniversário.

cenas do bloco de notas

Exposição de arte
A pessoa vê alguem discursando em frente a uma obra do Man Ray de longe, nao participa, pequenos relances

//

Paraisópolis ou Vital Brasil
Noite 
Vendedores de rua
Luzes
Bolinhas de sabão 
Comercio informal

//

Menina anda pela rua, ve uma jaqueta bonita no manequim do brecho, para, pega na roupa, olha o relogio e sai. Há relutancia
Corte
Passa de novo, vindo da mesma direção, entra no brechó. Fala com a atendente, uma senhora de 50,60 anos. Tem muita tranqueira no brechó. A menina pega umas roupas, muitas, prova e nada dá certo. Arruma as roupas pra senhora antes de ir embora pq eram muitas.
“É muita coisa pra uma véia só”

//

Les amants du pont neuf entre os trilhos da CPTM
Linha rubi entre cptm e barra funda
Linha abadonada?
Cenário de stalker
Doença
Alcoólatra 
Fazem esculturas com peças metálicas 
Como conseguirão comida?
Onde tomam banho? 
Tem que ser perto de algum lugar com grande circulação de pessoas
Se eles estão ali entre os trilhos, por que ninguém tirou?
Alegoria pra invisibilidade, pro esquecimento?
Talvez na mooca, ali mais pra luz

//

Uma familia sai pela manha, correria
E deixa a casa
os objetos
Uma torneirinha pingando 
Os barulhinhos
O vento 
Tudo
O filme será todo dentro de casa
A casa espera as pessoas 
Adivinhamos o que acontece com a familia a partir das suas chegadas
Barulhos 
Seus rostos mal aparecem
Choro

//

Filme sobre vendedores ambulantes
Ficção 

//

Mulher 50 anos roupa de trabalho recepcionista olhando vitrine fumando cigarro branco
“Vitrine” nao coisas na frente da. Loja
Um espelho
Reflexo do espelho dela

// 

Da rua consegue-se ouvir o pai nosso sendo rezado em família