sábado, 22 de janeiro de 2022

Renan,

Você apareceu no meu sonho. Olhávamos pra uma fotografia. Era uma parte de uma casa amarela, o corrimão de uma escadaria. Você dizia que era sua casa e eu consegui adivinhar onde era: na rua de trás da Igreja do Rosário, uma casarão amarelo antigo que hoje acho que é um capes ou uma casa de idosos. De repente, estamos lá. Acho que tem um cachorro correndo no pátio. Não o vejo claramente, mas gosto de olhar ao redor, para a grama, para o cimento, para o espaço, o poste de luz antigo e a escadaria. A casa tinha bordas brancas. De lá, não sei como, talvez saindo dessa foto, você já tava dirigindo um caminhão, tipo desses escolares, meio quadrados. Eu entrava e era uma sala branca, sala de aula de escola, Monteiro talvez. Paredes brancas, carteiras, piso branco, apagador de quadro azul. Os meninos estavam lá, Thomás falava, mas eu não conversava com eles. Eles brincavam, olhavam pra alguma revista ou livro. Virava pra você, o painel do caminhão dando pra alguma paisagem à noite. Era a cidade, Centro, Rua Pedro Palácios, em frente à garagem do prédio da minha avó. E enfim, com aquela bagunça toda, você dizia que era melhor eu não ir, e sim ficar. Não lembro se obedeci.

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