Para os protagonistas da película, o ‘eu’ do realizador se transforma durante as gravações. Deixa de falar e só grita ordens incompreensíveis (‘Ação!’, ‘Corta!’). Só os vê através de um estranho apêndice, e os escuta através de um microfone. Mas paradoxalmente, graças a este equipamento e a este novo comportamento (que não tem nada que ver com o comportamento da mesma pessoa quando não está filmando), o realizador pode entrar no ritual, integrar-se nele e segui-lo passo a passo. É um estranho tipo de coreografia que, se sai bem, faz que a câmera e o técnico de som deixem de ser invisíveis e participem do acontecimento.
Jean Rouch
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