Gosto de estar a teu lado,
Sem brilho.
Tua presença é uma carne de peixe,
De resistência mansa e um branco
Ecoando azuis profundos.
Eu tenho liberdade em ti.
Anoiteço feito um bairro,
Sem brilho algum
Estamos no interior duma asa
Que fechou.
Meu analista me indicou fortemente a leitura de "Um amor incômodo", de Elena Ferrante, para, em resumo, resolver a questão com a minha mãe. A leitura está sendo magnetizante.
Assim como foi ler "Diário de produção e roteiro de um filme chamado Temporada", do André Novais.
E o mais louco foi ter sido atiçada para essas leituras através de Exu.
Escutando entidades.
Tudo que me é dito, também me escapa.
Como uma névoa que me rodeia, me escapa e outra hora me pega, me agarra, me leva.
(Com a pedra que atirou ontem,
Exu matou um pássaro hoje.)
Tempo em estado líquido que escorre, circular, aredondado. Difuso, dissolvido.
Criando volta: espiralado, Leda M. M.
Se desse eu só ficava lendo. Mas acho que não ter mais tanto tempo assim para ler acaba valorizando mais o tempo que se tem para ler. Mais precioso, mais gostoso, passando pelos lugares (aulas, palestras) com um riso safadinho, procurando uma situação para ler.
Enfim, parece que tudo se explica pra mim. E eu confesso que isso é meio doido. Estar na minha cabeça pode ser muito doido às vezes, quando tenho essas sensações ultrassensoriais, mediúnicas de fato, quando o tempo começa a se enlaçar e a se desdobrar e a se autoexplicar na minha frente. E sinto cada vez mais. E a cada vez mais penso como amo todos Eles. Laroyê.
"creio que descobri hoje o segredo da minha existência: sou todas as mãos esguias de mulher com as unhas pintadas!..."
"pois como fixar tudo quanto me excedia... seguindo-lhe o corpo nu, embaralhava-me iludido: a sua beleza, de ilimitada, era labirinto. não findava nunca, contorcia-se. e meus olhos de esforço tinham medo dela num transviamento..."
"horas longes, porém, de medo infantil — só vos posso recordar em saudade (...). e assim, quantas horas até, durante o dia, lasso dos brinquedos sempre iguais, eu ansiava a noite, sinuosamente, para latejar a ela os meus receios prateados..."
"de resto, já sem mundo-interior, deportado dele para sempre, só de muito longe (e a muito vago) (...) posso aqui referir o que sentia. apenas os seus olhos actuavam ainda a minha vida — os meus sentidos, as minhas recordações.
fomos sempre face a face"
"será perverso — mas vale bem mais do que os outros.
é todo intensidade, é todo fogo.
em frente dele reconheço o que quisera ser: o que sou erradamente"
Quando se fala de poñy também se fala de inocência, da pureza de uma mulher em relação à terra, à floresta. Então kunha poñy teria esse sentido: uma terra intocada, preservada
A terra é um ser vivo, tem sua respiração. A floresta também. todas as arvores tem sua vida. Antigamente, sempre haviam rezas para cortar arvores, pede-se permissão. a floresta tem o poder de vingançA
roka / espaço que é seu, quintal
poñy / relacionado à terra, criança que engatinha, rastejando pelo chão, a mulher sobre a terra, mulher feita de terra, é da terra
xaryi marae’y, como mãe terra
yvy marae'y, terra sem males
Ontem fui para uma festa e fui embora logo. Nao havia razão alguma para ficar. Algo me disse dentro de mim, Xango, que minha missao agora é trabalho. Disciplina, estudo e trabalho. Também espiritual.